Esperança

sábado, 27 de abril de 2013

Olá! Nesta postagem não vou colocar qualquer tipo de texto, escrevi um texto narrativo, sobre pessoas deficientes, especialmente as cegas. Já já vocês vão entender o porquê dessa foto, guardei ela para esse momento! Espero que gostem.

                                     
CRÉDITOS DA FOTO AO: TUMBLR.COM


"Acordei pensando que era um pesadelo. Acordei com um pensamento forte, pensando que não sobreviveria. Não, eu não conseguiria. Eu ia desistir, iria deixar para trás, não iria atrapalhar a vida de ninguém. Não iria atrapalhar a vida da minha mãe. Tudo iria passar, ela ficaria bem sem mim, não iria mais sofrer com as perguntas: 'Ah, ela é cega? Como você conseguiu vencer essa etapa, a infância? E o pai ajudou também?'. Ela nunca conseguiu responder, pelo menos acho que não. Sim, ela tem vergonha de mim, tudo bem que eu nunca pude ver, mas eu ouço e sinto melhor do que algumas pessoas que podem ver. Mas por um outro lado, eu não conseguiria desistir. Deixar minha mãe e meu irmão é uma coisa que nunca será fácil. Eu sou uma adolescente de 14 anos, vivo com minha mãe e meu irmão, que é deficiente... paraplégico. Quando perdi toda a visão, meu pai se separou da minha mãe e eu tinha 8 anos. Minha mãe acabara de descobrir que estava grávida, a partir daí começou o pesadelo. Minha mãe grávida e cuidando de uma filha cega, tendo que sustentar a casa sozinha. No inicio, foi um sufoco, muitas vezes, no silêncio da madrugada, pude ouvir os choros e sussurros baixos da minha mãe, sedendo á tristeza. Ela nunca foi carinhosa comigo nem com meu irmão, não que ela nos trata mal, mas não nos mima, e sinto que ela guarda rancor do meu pai. Dei bom dia ao meu irmão e a minha mãe, andei até a cozinha. Eu já conhecia a casa muito bem, eu me lembro dela, sempre vivemos aqui. Comi uma barra de cereal, como toda manhã, minha mãe já deixa em cima da mesa, já virou costume. Saí para fora, pensei em ir á padaria e comprar algo, mas resolvi relaxar um pouco. Agarrei a bengala e fui ao parque perto da minha casa, minha mãe sempre brigava comigo se eu fosse muito longe. Sentei em um banco. Abaixei um pouco o braço direito e senti uma folha coçando na minha mão, peguei. Senti uma flor, com as pontas do dedo a toquei por cada canto. Era linda, viva, cheia de cor. Como vi? Não preciso ver para saber, se eu tocar ou sentir, já sei. Eu fico me imaginando agora, com 14 anos, na adolescência, em meio de tantos problemas, e ainda por cima sozinha, com uma mãe que não tem diálogo e nem pergunta sobre você, como está, como se sente. O que me faz sobreviver até agora? Esperança. Esperança de que um dia possa ver sua família feliz, sua mãe com alguém especial, com alguém que ela realmente mereça. Esperança de que um dia o preconceito acabe, que meu irmão não sofra como eu sofri, que ele vença tudo e todos. Esperança, fé, força e sempre, sempre e sempre, amor."

 Escrevi este texto para mostrar a realidade de muitos. Nós sempre estamos reclamando de tudo, agora imagine para eles, o sufoco! Bom galera, essa é a mensagem que quero passar para vocês: dê valor no que temEntão, espero que tenham gostado da postagem! Sugestões, dúvidas,críticas, ou se você quiser me enviar uma foto sua, mande me um e-mail: sorriapfoto@gmail.com

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